Na terça-feira, 17 de agosto, foi realizada na Câmara Municipal uma audiência público para tratar do retorno às aulas presenciais na cidade. Para compor o debate, além das vereadoras e vereadores, foram convocadas as titulares das secretarias de Educação, Saúde e Governo.


Entre os convidados, estavam também representantes do Ministério Público e do movimento que defende a abertura imediata das escolas, independente da garantia de condições adequadas para isso.
Educadoras e educadores, movimentos sociais e entidade de classe também participaram do debate, apresentando posição favorável ao retorno seguro das aulas presenciais, observando a importância da adoção pelas escolas dos protocolos de biossegurança e da análise dos indicadores epidemiológicos.
Embora houvesse divergência nos posicionamentos dos interlocutores do debate, era esperado que o diálogo fosse pautado pelo respeito e pela ética: posto que a Casa Legislativa deve prezar pelo debate democrático. Esperava-se ainda que a Audiência Pública tivesse isonomia tanto no trato respeitoso como nas representações; contudo, o que ocorreu foi uma disparidade entre o tempo de fala e o quantitativo dos representantes dos trabalhadores e trabalhadoras e aqueles que defendem, de forma irresponsável, um retorno sem planejamento a todo custo.
Nesse sentido, chamamo atenção para os episódios de total descontrole protagonizados pelo vereador Carlos Alberto de Mello que, de forma reiterada, atacou todos aqueles que se posicionaram de forma contrária às suas falas, parecendo buscar constranger quem manifestasse divergência.
O senhor Carlos Alberto utilizou de forma abusiva o seu direito de fazer intervenções por meio de pedidos de "pela ordem", usando o cargo que ocupa para atacar os presentes sem que os mesmos tivessem o direito de resposta. Coerente com seu comportamento opressivo e autoritário, fez intervenções inconciliáveis com as funções inerentes ao cargo e o decoro necessário a um membro do legislativo; dirigindo-se, sobretudo, de forma agressiva e misógina às convidadas presentes no plenário, às representantes do executivo e, até mesmo, às colegas vereadoras. Ressaltamos que essa não foi a primeira vez que o vereador se destacou por esse comportamento.
Recentemente, o vereador protagonizou uma live, ao lado de Roberto Jefferson (que encontra-se preso por ataques à democracia), presidente de seu partido, com ataques sistemáticos a diversos atores sociais. O conteúdo dessa exibição contou com discurso homofóbico e discriminatório dirigido a estudantes, difamação a profissionais da educação e servidores públicos, depreciação de instituições públicas e injúrias e incitação à violência contra a guarda municipal.
Sendo assim, vimos a público expressar, veementemente, repúdio ao comportamento costumaz do vereador Carlos Alberto de Mello e exigir daqueles que dizem considerar a educação tão importante, um tratamento distinto do lamentável e inaceitável espetáculo que presenciamos. O que esperamos é que, tanto os vereadores e vereadoras como os cidadãos e movimentos em geral, manifestem-se com a deferência compatível aos trabalhadores e trabalhadoras que são responsáveis pela educação de seus filhos.


Educadoras e educadores merecem respeito!


Assinam essa nota:
Frente de Defesa da Educação, APES, SINPRO, CONTEE, PSOL, PCdoB, SindUte, PSTU, CSPConlutas, MML e Rebeldia